Investigadores encontram fóssil orgânico em meteorito, críticos recusam tese de vida alienígena

Depois de uma primeira investigação sobre o meteorito que caiu no Sri Lanka em Dezembro, em que os próprios autores reconheceram que não tiveram tempo para realizar uma série de testes vitais, o professor Chandra Wickramasinghe, do centro de astrobiologia de Buckingham, e a sua equipa dizem ter novos dados.
O novo estudo, publicado no Journal of Cosmology, torna a insistir na ideia da prova de vida extraterrestre, mas os peritos estão a acusar o novo relatório de ter ainda mais falhas que o primeiro.

No total, Jamie Wallis, da Faculdade de Matemática da Universidade de Cardiff, recebeu 628 fragmentos, três dos quais são «claramente identificados como sendo possivelmente de um meteorito».
O novo estudo aponta que foram encontradas nestes três fragmentos estruturas biológicas fossilizadas misturadas na matriz da rocha.
Segundo os testes, a presença de vestígios de vida nos fragmentos não tem origem numa «contaminação» de organismos presentes no nosso planeta.
Nas imagens divulgadas é possível ver um complexo microfóssil rico em carbono, com cerca de 100 micrómetros de comprimento.

Os cientistas explicam que esta configuração sugere [que veio de] «um ambiente de baixa gravidade e de baixa pressão», e uma «morte rápida por congelamento», ou seja, que «vem do Espaço».
No primeiro estudo liderado por Wickramasinghe e publicado em Janeiro, admitiu-se a presença de uma forma básica de algas no meteorito.
No segundo relatório, a equipa diz que desta vez fez os testes para determinar se teria havido contaminação. Os resultados da composição química revelaram baixos níveis de nitrogénio, indicando que não houve contaminação.
Os investigadores dizem que estão na posse de «prova claras e convincentes» que os «restos mortais» de uma espécie extinta de algas encontrados no meteorito de Polonnaruwa são indígenas da rocha, e não o resultado de uma contaminação de micróbios após a chegada à Terra.
Wickramasinghe acredita que a vida na Terra surgiu de um modo semelhante, com organismos que chegaram ao planeta e se disseminaram há milhares de milhões de anos.
«Somos todos alienígenas, partilhamos os ancestrais cósmicos», comentou. «Sempre que um novo sistema planetário se forma, alguns micróbios sobreviventes conseguem escapar em cometas».
«Isto são apenas mais provas que a vida na Terra começou noutro mundo», argumenta.
Porém, críticos como Phil Plait, autor do blogue «Slate´s Bad Astronomy blog», desvalorizam o relatório, apontando «falhas de metodologia graves».
«Eles apresentam montes de dados técnicos que dão credibilidade ao trabalho, mas quando se olha com mais atenção, percebemos que não fizeram testes criticamente necessários para estabelecer a verdade dos factos», acusa.
Plait diz que os resultados não provam que os fragmentos são realmente do meteorito e que, ainda que fossem, não é possível determinar se os fósseis eram oriundos do Espaço ou o simples resultado de uma contaminação terrestre.
Phil Plait lembra que outro meteorito caiu na mesma área em 2004, e que os fragmentos recolhidos podem pertencer ao asteróide mais antigo, que poderá entretanto ter sofrido contaminação.
Fonte: Diário Digital (Portugal)
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Por Weslem
É exactamente esse o problema.Determinar se houve ou não contaminação.
Pode ser que nos próximos decénios alguém decida investir numa viagem tripulada a Marte.
Se a China começar,os americanos provávelmente vão querer entar na corrida.